Certamente, nosso país possui uma vasta e rica diversidade cultural. Com a música brasileira não poderia ser diferente.
Nossos hábitos receberam influências de povos indígenas, portugueses, africanos, japoneses, italianos, espanhóis, entre outros, porque devido a imigração, colonização e aos índios que habitavam nosso pais ficamos com essa herança gigantes de hábitos diferentes.
Entre os principais elementos que caracterizam a nossa cultura, está a música, a culinária, as festas populares, a literatura, entre outros. Então vamos fazer uma passagem da importância e influência da culinária na música brasileira.
Além das influências dos povos que citamos acima, o território Brasileiro é imenso, já que cada região tem seus sabores e músicas típicas, cada região tem sua identidade.
Por isso, neste artigo vamos fazer um paralelo entre a música brasileira e a culinária, atualmente são inúmeras as músicas que foram inspiradas em comidas. Quando ouvimos, assim como quando assistimos algum comercial de TV é impossível não imaginar os alimentos citados, com a música é assim também, nos deixa com água na boca só de ouvir.
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Enfim, a associação da música brasileira com a culinária é muito comum, basta irmos a um restaurante, um barzinho que a música está presente, em sons ao vivo ou uma música de fundo.
Dessa maneira vamos além, vamos focar em músicas brasileiras que falam de comida. Em seguida, uma coletânea de composições que tratam da nossa cozinha.
Sítio do Pica-Pau Amarelo, de Gilberto Gil
“Marmelada de banana, bananada de goiaba
Goiabada de marmelo…”
Nossa primeira música não poderia ser de outro artista, principalmente com essa música que marcou uma geração inteira. Gilberto Gil é conhecido por sua contribuição na música brasileira e por ser vencedor de prêmios como, por exemplo, o Grammys Americano, Grammy Latino. Além disso, o músico também foi premiado pelo governo francês com a Ordem Nacional do Mérito (1997). E seu sucesso não para por ai, já que em 1999, foi nomeado “Artista pela Paz”, pela UNESCO.
Yes, Nós Temos Bananas, composição de Braguinha, interpretada por Carmem Miranda
“…Yes
Nós temos bananas
Bananas
Pra dar e vender
Banana menina
Tem vitamina
Banana engorda
E faz crescer…”
Inegavelmente é dona de uma voz única e conhecida por dar cor para um mundo! Afinal, ainda naquela época era visto por meio de telas em preto e branco. Assim Carmem Miranda se tornou um ícone mundial. Desde que tinha 20 anos de idade a Pequena Notável — como era chamada — já demonstrava sinais de que seria uma artista completa.
Macarrão com Linguiça e Pimentão, de Rita Lee
Meia xícara de chá de azeite
Duzentas gramas de linguiça calabresa, ah
Uma cebola picadinha
E um pouco de salsinha
Quatro tomates batidos no liquidificador
Dois pimentões vermelhos
Duas colheres de sopa de massa de tomate
Um tablete de caldo de carne em banho-maria
Maria
Em fogo brando, uh
Maria
E está pronto para servir
O macarrão é caracol
Pouco sal e bem enroladinho
Não se esquecendo do caldo de carne
Em banho-maria
Maria
Em fogo brando, uh
Maria
E está pronto pra você
Rita Lee é uma das mulheres mais influentes do Brasil, sendo referência para aqueles que vieram a usar guitarra a partir de meados dos anos 1970, sobretudo as mulheres. Como resultado de seu talento alcançou os 50 anos de carreira, e passou da inovação e do gueto musical para as baladas românticas de muito sucesso nos anos. A cantora já se apresentou com inúmeros artistas que variam de Elis Regina, João Gilberto, bem como a banda Titãs.
Feijoada Completa, de Chico Buarque
“…Mulher
Você vai fritar
Um montão de torresmo pra acompanhar
Arroz branco, farofa e a malagueta
A laranja-bahia, ou da seleta
Joga o paio, carne seca, toucinho no caldeirão
E vamos botar água no feijão
Mulher
Depois de salgar
Faça um bom refogado, que é pra engrossar
Aproveite a gordura da frigideira
Pra melhor temperar a couve mineira
Diz que tá dura, pendura a fatura no nosso irmão
E vamos botar água no feijão”
Além da notabilidade como músico, desenvolveu ao longo dos anos uma carreira literária. Já que Chico assina autoria de diversas peças teatrais e romances. Sua discografia conta com aproximadamente oitenta discos, de tal forma que, em parceria com outros músicos suas letras e melodias são tocadas até hoje.
Não existe pecado ao Sul do Equador, de Ney Matogrosso
“…Deixa a tristeza prá lá
Vem comer, me jantar
Sarapatel, caruru
Tucupi, tacacá
Vê se me usa, me abusa
Lambuza
Que a tua cafuza
Não pode esperar…
Antes de mais nada, vale dizer que Ney é considerado um dos intérpretes brasileiros mais importantes e produtivos no cenário artístico. Além disso, atribuem a sua maquiagem cênica e seu vestuário exótico uma certa mudança de conceitos sobre o comportamento masculino apropriado. Segundo Violeta Weinschelbaum, “o magnetismo de sua figura, a atração decididamente sexual que Ney Matogrosso produz sobre o palco é algo inimaginável.” Bem como, também escreve: “Dos cantores brasileiros, Ney Matogrosso é um dos poucos, senão o único, que pode merecer o título de showman.”
No Tabuleiro da Baiana, de Ary Barroso
“No tabuleiro da baiana tem
Vatapá, oi
Caruru
Mungunzá
Tem umbu
Pra ioiô
Se eu pedir você me dá
O seu coração
Seu amor de iaiá…”
E o Oscar vai para…. Ary Barroso ficou famoso por seus sambas único. Afinal, ficou conhecido como autor de Aquarela do Brasil, considerada uma expressão do samba-exaltação. Além disso foi indicado ao Oscar de melhor canção original com a música Rio de Janeiro do filme Brasil (1944). Mas Ary não apostava somente na música, o cantor também era locutor esportivo. Entretanto, Ary morreu no Rio de Janeiro, em 1964, de cirrose hepática decorrente do alcoolismo.
O Rancho da Goiabada, de Elis Regina
“Os bóias-frias
Quando tomam umas biritas
Espantando a tristeza
Sonham com bife a cavalo, batata-frita
E a sobremesa
É goiabada cascão, com muito queijo
Depois café, cigarro e um beijo
De uma mulata chamada Leonor ou Dagmar…”
Não só uma mulher de personalidade marcante, como também dona de um talento extraordinário. Elis Regina foi a primeira a dar voz à mistura de estilos que ficou conhecida como Música Popular Brasileira em 1965. Tudo isso quando tinha apenas 20 anos de idade.
Torresmo à Milanesa, de Adoniran Barbosa
“…Que é que você troxe na marmita, Dito?
Troxe ovo frito, troxe ovo frito
E você beleza, o que é que você troxe?
Arroz com feijão e um torresmo à milanesa,
Da minha Tereza!…”
Rubinato representava em programas de rádio diversas personagens, entre as quais, Adoniran Barbosa. Por fim, Adoriran acabou se confundindo com seu criador, dada a sua grande popularidade. Inesperadamente ficou conhecido nacionalmente como o pai do samba feito em São Paulo.
Vatapá, de Dorival Caymmi
“Quem quiser vatapá, ô
Que procure fazer
Primeiro o fubá
Depois o dendê
Procure uma nêga baiana, ô
Que saiba mexer (3x)
Procure uma nêga baiana, ô
Que saiba mexer (3x)
Bota castanha de caju
Um bocadinho mais
Pimenta malagueta
Um bocadinho mais
Bota castanha de caju
Um bocadinho mais
Pimenta malagueta
Um bocadinho mais
Amendoim, camarão, rala um coco
Na hora de machucar
Sal com gengibre e cebola, iaiá
Na hora de temperar
Não para de mexer, ô
Que é pra não embolar
Panela no fogo
Não deixa queimar
Com qualquer dez mil réis e uma nêga ô
Se faz um vatapá
Se faz um vatapá
Que bom vatapá…”
Tendo, principalmente, como influência a música negra, desenvolveu um estilo pessoal de compor e cantar. Assim, Dorival demonstrou espontaneidade nos versos, sensualidade e riqueza melódica.
Peixe com Côco, de Clara Nunes
“…Antes do peixe tem tira gosto
Tem sardinha, tem ostra e atum
manjuba, mexilhão, marisco
Tem agulha frita, siri, guaiamum
Terezinha mandou convidar
No domingo vai dar um jantar
Terezinha mandou convidar
No domingo vai dar um jantar
No tempero tem salsa e tem cheiro
Cebolinha, tomate e limão
E tem alho,…”
Pesquisadora da música popular brasileira, bem como de ritmos e doe seu folclore, Clara também viajou para muitos países representando a cultura do Brasil. Além disso, era conhecedora das músicas, danças e das tradições africanas. Assim sendo, Clara se converteu à umbanda e levou a cultura afro-brasileira para suas canções e vestimentas.
Pão Doce, de Adriana Calcanhotto
“Não adianta mentir pra mim mesma
Ficar me enganando, tentando dizer
Que nunca na vida
Nunca na vida eu gostei de pão doce
Porque por mais que eu queira esconder
A verdade é que eu adorava pão doce
Não podia passar sem pão doce
Bastava ver padaria que logo eu ia
Que logo eu ia comprar…”
Em princípio, Adriana Calcanhotto começou com apresentações em bares e casas noturnas de sua cidade natal, Porto Alegre. A cantora havia planejado um tournê na Europa para 2020, entretanto o mundo parou em março, quando foi decretada pandemia. Só que a arte subverte, como sempre, tempo e espaço e brota no novo disco de Adriana Calcanhotto, “SÓ canções da quarentena” – um trabalho concebido, composto, registrado e lançado durante a quarentena.
Morena Tropicana, de Alceu Valença
“Da manga rosa quero o gosto e o sumo
Melão maduro, sapoti, juá
Jabuticaba teu olhar noturno
Beijo travoso de umbu-cajá
Pela macia é carne de caju
Saliva doce, doce mel, mel de uruçu
Linda morena fruta de vez temporana
Caldo de cana-caiana
Vou te desfrutar
Linda morena fruta de vez temporana
Caldo de cana-caiana
Vem me desfrutar…”
“Minha vida parece um filme, como se eu estivesse fazendo um documentário de tudo. As músicas guardam minha memória visual, são HDs de lembranças.” Uma vez que, Alceu Valença desistiu de sua carreira de advogado e jornalista, passou a investir em sua música. Bem, valeu a pena certo? Afinal, foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Regional ou de Raizes Brasileiras. E ainda, ganhou o 26º Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor Cantor Regional.
Comida, de Arnaldo Antunes
“Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?…
A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte…”
Arnaldo Antunes, fez parte da conhecida banda Titãs por 10 anos; No entanto, em 92 se desligou do projeto. Logo em seguida, em 2002, formou, em parceria com os amigos Marisa Monte e Carlinhos Brown, o trio Tribalistas. Através desse projeto, lançaram o um álbum sucesso de público e crítica. Como resultado, o Tribalistas vendeu, até 2009, mais de 2.100.000 cópias no Brasil e na Europa.
No Pagode do Vavá, de Paulinho da Viola
“…Domingo lá na casa do Vavá
Teve um tremendo pagode que você não pode imaginar
Domingo lá na casa do Vavá
Teve um tremendo pagode que você não pode imaginar
Provei do famoso feijão da vicentina
Só quem é da portela que sabe que a coisa é divina
Provei do famoso feijão da vicentina
Só quem é da portela que sabe que a coisa é divina…”
Embora seu pai não desejasse que ele se tornasse músico, Paulinho contudo, o convenceu a lhe dar um violão. Depois que conseguiu o instrumento, começou a aprender a tocá-lo sozinho, aos 15 anos. Logo depois, passou a ter aulas com o violinista Zé Maria, amigo da família, que o instruiu nos anos seguintes. No início de carreira Paulinho foi parceiro de nomes ilustres do samba carioca, como Cartola, Elton Medeiros e Candeia, entre outros. Destaca-se como cantor e compositor de samba, mas também compõe choros e é tido como um dos mais talentosos representantes da chamada Música Popular Brasileira.
Brasil Pandeiro, de Assis Valente e Novos Baianos
“Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor
Eu fui a Penha, fui pedir a padroeira para me ajudar
Salve o Morro do Vintém, pendura a saia eu quero ver
Eu quero ver o Tio Sam tocar pandeiro para o mundo sambar
O Tio Sam está querendo conhecer a nossa batucada
Andou dizendo que o molho da baiana melhorou seu prato
Vai entrar no cuzcuz, acarajé e abará
Na Casa Branca já dançou a batucada com Ioiô e Iaiá…”
Com toda a certeza, Valente é considerado um pioneiro na música popular do Brasil; Afinal, foi ele o criador de várias músicas típicas dos festejos juninos e natalinos. É conhecido por compor diversos sucessos para Carmen Miranda, além da canção “Brasil Pandeiro”, que foi recusada por ela, mas tornou-se um imenso sucesso com os Anjos do Inferno e principalmente os Novos Baianos.
Por fim, nós fizemos uma playlist especial para você, clique aqui e corre no nosso canal ouvir esses clássicos. Além disso, se lembrou de alguma outra música, conta nos comentários para a gente! Afinal, nossa playlist pode sempre aumentar! Até a próxima 🙂
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